segunda-feira, 16 de julho de 2012

A Parábola do Mar da Galiléia e do Mar Morto

 A Parábola do Mar da Galiléia e do Mar Morto

Na Terra Santa encontramos dois mares bem conhecidos. Embora alimentados pelo mesmo rio Jordão, eles são, no entanto, totalmente distintos um do outro.

O mar da Galiléia é de água doce e contém muitos peixes. Seu litoral é salpicado por cidades e aldeias lindas. As colinas que rodeiam o mar são férteis e verdejantes.

O outro mar o Mar Morto. É célebre pela sua densidade de sais minerais. Não tem peixe e nem os vegetais tem condições de vida. Seus arredores são desertos. No existe área verde. O Mar Morto apresenta um aspecto desolador:

Donde vem esta diferença? A explicação é simples e simbólica. O Mar da Galiléia recebe pelo norte as águas do rio Jordão, com toda a sua carga de vida e fertilidade. Porém não guarda para si esta fertilidade. As águas seguem seu curso rumo para o sul. É um mar que recebe a água do Hermon e das colinas de Golan. Riquíssimo em águas e em vegetação, o Mar da Galiléia não vive para si; reparte tudo aquilo que recebe de cima.

No entanto, o Mar Morto é totalmente diferente. Recebe igualmente a água do rio Jordão, mas retém esta água para si. Não possue saída. Enquanto as águas se evaporam, todos os sais minerais em suspensão se acumulam no enorme recipiente fechado. A excessiva saturação é estéril. Não permite vegetação alguma, não tem vida. É um mar que mata. É o Mar Morto.

Existem igualmente duas classes de pessoas. E para começar, encontramos pessoas que nada guardam para si mesmas, nem seus dons e nem seus talentos. Colocam tudo à disposição dos outros. Tornam-se assim bem aceitas e são estimadas pelos outros. Tais pessoas são “vivificadoras”. Seu calor humano, sua caridade, sua disponibilidade, e o seu dom de partilhar com os outros irradiam em redor delas confiança, alegria e vida. É gratificante colaborar com estas almas generosas. E tudo isto porque elas possuem a arte de nada conservar para si mesmas. Sabem partilhar os dons que o Senhor lhes concedeu.

Desgraçadamente encontramos pessoas totalmente diferentes. São aquelas que vivem mais para si mesmas. Acumulam, porém somente para si. Sofrem de uma tríplice enfermidade: avidez, ambição e dominação. Ignoram sua enfermidade:

Porém, a sofrem e fazem sofrer. E esta doença as leva à morte. Não são simpáticas e nem atraentes. Isolam-se. Não irradiam luz e nem calor humano. Deterioram, pelo contrário, o clima e o ambiente. Tudo o que é vida, desaparece em redor delas. Formam realmente um... MAR MORTO.

Esta imagem das duas classes de pessoas, expressa bem duas classes de religiosos, nos dias atuais. Cada qual pode encontrar-se nesta parábola, e possivelmente em graus diferentes. Ou somos religiosos e procuramos irradiar nas comunidades vida, amor, calor humano, disponibilidade, ou irradiamos amor próprio, egoísmo, isolamento, instalação e então destruímos a fraternidade, a comunidade de vida.

Viver em Comunidade de Vida é viver em comunhão com os outros. Consiste num relacionamento que permite uma melhor identificação entre todos os membros da Comunidade. E esta comunhão não é só expressa em “fórmulas” psicológicas, mas também evangélicas. Viver em comunhão com os outros requer, igualmente, um relacionamento interpessoal, isto é, um tratamento pessoal, que respeita o outro como pessoa. Significa ainda uma tentativa de compreensão do mundo do outro, deixando de lado todo egoísmo, que faz do outro um objeto de prazer pessoal e o instrumentaliza para a própria gratificação.

Compete, portanto, a cada religioso se esforçar para se tornar um fecundo e enriquecedor MAR DA GALILÉIA, rico em flores de bondade, de caridade, de alegria, de paz, de fraternidade. Somente assim o Senhor gostará de passear ao longo de suas praias como o fez tantas vezes, para abençoar, frutificar, ensinar, curar, e chamar novos apóstolos. E ainda assim o Senhor acalmará a tempestade que pode ocorrer. Andará sobre as águas para sustentar nossa fraqueza e pouca fé, a nossa falta de fraternidade. Com Ele, e através Dele, seremos cada vez melhores religiosos, sinais de fraternidade, do Reino de Deus já acontecido. E deixaremos de ser ou parecer um... MAR MORTO.



EXPERIÊNCIAS A PARTILHAR

1. O que mais lhe chamou a atenção ao ler esta “parábola”? Comente.

2. Como você se sentiu, se alguma vez na sua vida conviveu com pessoas que mais pareciam: Mar da Galiléia ou Mar Morto. Explique.

3. Você se considera uma pessoa que na sua vivência comunitária mais se aproxima do Mar da Galiléia ou do Mar Morto? Como assim?

4. Você acredita que sua Comunidade atual está mais próxima do Mar da Galiléia ou do Mar Morto? Quais os sinais?

5. O que pode ser feito para ser mais MAR DA GALILÉIA?

6- Você já viveu numa Comunidade, onde sentiu uma profunda experiência do “Mar da Galiléia”, e como se sentiu ao deixá-la?

7. Você já viveu numa Comunidade, onde sentiu uma profunda experiência de “Mar Morto”, e como se sentiu ao deixá-la?

8. Qual a maior carência que sentiu numa Comunidade que era acentuadamente “Mar Morto”?

9. Quais os maiores valores que sentiu numa Comunidade que era acentuadamente “Mar da Galiléia”?

10. O que você pretende fazer para ser sempre mais semelhante ao “Mar da Galiléia”, na sua Comunidade religiosa?

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